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A semeadura para as safras de verão está em pleno andamento e os agricultores brasileiros vivem um impasse: se por um lado há a expectativa de que as lavouras possam ser até 2,3% maiores do que anos anteriores, por outro há a incerteza quanto à disponibilidade de adubos e defensivos agrícolas.
Vivemos uma crise global no abastecimento de insumos. Não há oferta de adubo o suficiente para a demanda.
Nosso país depende das importações de insumos, como fosfato, cloreto de potássio e ureia, por exemplo. De acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), de janeiro a julho, dos 23,8 milhões de toneladas de fertilizantes entregues aos agricultores, 20 milhões de toneladas foram de produtos importados e 3,8 milhões de toneladas produzidas nacionalmente.
Some-se isso ao fato de o cenário internacional de suprimentos estar desfavorável. Pois, com a retomada das economias, as compras de fertilizantes aumentaram, puxadas pela alta das commodities agrícolas (matérias-primas cotadas em dólar). Além disso, há as implicações geopolíticas da Bielo-Rússia e seu ditador Aleksandr Lukashenko. Isso porque o país é responsável por 1/4 da produção mundial de cloreto de potássio. No poder desde 1994, Lukashenko perseguiu oponentes e reprimiu manifestações, o que levou seu país a ser alvo de sanções por parte da União Europeia e dos Estados Unidos. A falta de disponibilidade fez o preço disparar.
A incerteza se agrava visto que, devido ao risco de não conseguir entregar o produto pelas restrições na disponibilidade de fertilizantes no mercado internacional, em algumas regiões, contratos já firmados estão sendo cancelados.
Diante de tantos impasses, as projeções para a produção e o mercado não são nem um pouco animadoras, com a iminente indisponibilidade de insumos, a alta de preços é quase certa e a possibilidade de desabastecimento é grande. E a situação é ainda mais preocupante porque a margem de manobra do governo para conter os preços praticamente não existe.
No passado, havia a Política de Garantia de Preços Mínimos, desenhada em 1966, em que os preços de mercado ficavam abaixo do mínimo, pois o governo entrava, comprando os produtos. Mas há alguns anos que os preços de mercado dos produtos agrícolas estão acima do mínimo, e o mundo — com exceção da China — abandonou a política de formação de estoques.
Para assegurar a rentabilidade da safra, o agricultor precisa superar esses desafios. Nesse contexto, a saída pode ser ampliar os horizontes e voltar o olhar para dentro do nosso próprio país, buscando por soluções que embora não substituam os fertilizantes e defensivos, sejam capazes de promover a otimização do solo, reduzindo o estresse hídrico e proporcionando um enraizamento mais forte e desenvolvendo plantas saudáveis e produtivas. Desta forma, sua lavoura necessitará de menores quantidades de adubo.
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